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Carta Apostólica — Misericordiae Dominum

   

CARTA APOSTÓLICA
MISERICORDIAE DOMINUM


LEÃO, BISPO
SERVO DOS SERVOS DE DEUS,
PARA PERPÉTUA MEMÓRIA.


PELA QUAL SE PROCLAMA O
ANO SANTO DA MISERICÓRDIA


O perdão é o sinal mais visível do amor do Pai, que Jesus quis revelar em toda a sua vida. Não há página do Evangelho que possa ser subtraída a este imperativo do amor que chega até o perdão. Até nos últimos momentos da sua existência terrena, ao ser pregado na cruz, Jesus tem palavras de perdão: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34).

Nada que um pecador arrependido coloque diante da misericórdia de Deus pode ficar sem o abraço do seu perdão. É por este motivo que nenhum de nós pode pôr condições à misericórdia; esta permanece sempre um ato de gratuidade do Pai celeste, um amor incondicional e não merecido. Por isso, não podemos correr o risco de nos opor à plena liberdade do amor com que Deus entra na vida de cada pessoa.

A misericórdia é esta ação concreta do amor que, perdoando, transforma e muda a vida. É assim que se manifesta o seu mistério divino. Deus é misericordioso (cf. Ex 34, 6), a sua misericórdia é eterna (cf. Sal 136/135), de geração em geração abraça cada pessoa que confia n’Ele e transforma-a, dando-lhe a sua própria vida.

Neste Ano Santo, a Igreja poderá colocar-se à escuta e experimentar com grande intensidade a presença e proximidade do Pai, que, por obra do Espírito Santo, lhe tornou mais evidente o dom e o mandato de Jesus Cristo relativo ao perdão. Será realmente uma nova visita do Senhor ao meio de nós. Sentiremos o seu sopro vital efundir-se sobre a Igreja, enquanto, mais uma vez, as suas palavras indicam a missão: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos» (Jo 20, 22-23).

Todos precisamos de consolação, porque ninguém está imune do sofrimento, da tribulação e da incompreensão. Quanta dor pode causar uma palavra maldosa, fruto da inveja, do ciúme e da ira! Quanto sofrimento provoca a experiência da traição, da violência e do abandono! Quanta amargura perante a morte das pessoas queridas! E, todavia, Deus nunca está longe quando se vivem estes dramas. Uma palavra que anima, um abraço que te faz sentir compreendido, uma carícia que deixa perceber o amor, uma oração que permite ser mais forte... são todas expressões da proximidade de Deus através da consolação oferecida pelos irmãos.

Por esta razão, tendo em vista a missão de Supremo Pastor da Igreja de Cristo, em observância a responsabilidade de guiar as almas de todos os fiéis, no uso de minha autoridade apostólica CONVOCO o clero e os fiéis, reunidos dentro ou fora de nossos muros a vivenciar e celebrar o Ano Santo da Misericórdia que deverá ser aberto solenemente no I Domingo do Advento com a abertura da Porta Santa e encerrado na Solenidade de Cristo Rei do Universo, ao findar do próximo ano litúrgico com o fechamento da Porta Santa.

Recomendamos ao Epíscopos e Sacerdotes quanto as Celebrações Penitenciais, Adoração e Bênção do Santíssimo Sacramento da Eucaristia, Procissões Piedosas, Oração do Santo Terço e o mais essencial: o Sacramento da Confissão e a absolvição de todos aqueles irmãos e irmãs que pecam, mas que se arrependem e procuram a Igreja para serem perdoados. Durante este Ano Santo, serão concedidas, em algumas ocasiões, a indulgência plenária a todos aqueles que tiverem se confessado e comungado, estando em dia com as normas estabelecidas pela lei da Santa Igreja.

Confio a proteção da Igreja, dos Bispos, Sacerdotes e fiéis à Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja e Mãe da Misericórdia! Que ela venha em nosso auxílio e nos oriente e nos conduza para uma vida repleta de perdão e misericórdia.

Dado em Roma, junto a São Pedro, aos 25 dias do mês de Outubro do ano de 2020, na memória litúrgica de Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, primeiro do meu Pontificado.

+ Leo Pp. I
Servus Servorum Dei